[nota: esse texto cruza com outro bem anterior a ele publicado também neste blog, chamado "T's some blues you got"] Black... boa pedida, senhor: o Black é um belo whisky. Mas sabe que eu, nos meus tempos de whisky, tomava Chivas? Gostava muito do Black também, mas o Chivas me parecia mais... como chamam mesmo? … Continue lendo T’s some blues you got II
Tag: cidades
Dia de féria
Do lado de cá da calçada batia um sol agradável. Eu, ajeitado na cadeira plástica, contemplava o movimento na rua. E haja movimento! Para tudo quanto é lado passavam jovens, passavam velhos, carros pequenos e grandes. Eu, sentado ali, olhava a eles estranhando tudo. De onde vinham? Para onde vinham? É muito viva essa … Continue lendo Dia de féria
Rodovia Presidente Dutra, quilometro 110
O caminhão passa, perto demais de mim passa. a lufada de ar quente, o cheiro do concreto e do pneu queimando me atingem desde a nuca, o concreto quente aos meus pés mais marcante em mim agora. A areia entra nos meus olhos, no meu nariz. Como posso eu expiro com força, passo a … Continue lendo Rodovia Presidente Dutra, quilometro 110
Vertigem
Dá quase vontade de ser pego no corredor, subindo as escadarias com uma garrafa de whisky e um baseado na mão. Seria bem engraçado, na verdade. A cobertura continua esquecida, mal-cuidada; acho que ninguém nunca vem aqui. Apesar do descuido é um lugar até agradável, com a solidão, e a vista, e o … Continue lendo Vertigem
Reencontro
[Suspira] Oi, mãe; tudo bem? Feliz dia da mulher! Eu sei: muito tempo, né? Eu sei, mãe; também senti muita falta sua, senti mesmo. É que as coisas andaram muito difíceis para mim esses tempos - bom, acho que daí você certamente acompanha tudo e está sabendo, não é? Mas sabe, queria … Continue lendo Reencontro
Viela 4, casa 5 (fundos)
Ela se joga na cama, acabada; sente com desgosto que os lençóis ainda estão molhados da noite anterior. Franze levemente o cenho, suspirando profundamente. Ela está cansada; muito cansada. As costas dóem, os pés formigam; antes que se dê conta ela já está sentada na cama, as costas arqueadas, os braços jogados sobre … Continue lendo Viela 4, casa 5 (fundos)
Do Majestic, a queda
Sobre Alê e sobre Fábio, guarda compartilhada na ciranda com Dayane Rodrigues, Dayane do blog Palavras Bambas: http://palavrasbambas.blogspot.com/ O prédio. Finalmente, o prédio. Casinha. Água, banho, TV, comer alguma coisa. Tá, é isso. Tudo certo. Nada de mais. Vai passar. O prédio salta estranhamente aos seus olhos a cada passo que ele … Continue lendo Do Majestic, a queda
Do Majestic ao Partenon
Inspirado no conto Abrir-se-vos-á, de Dayane Rodrigues: http://palavrasbambas.blogspot.com/2011/10/abrir-se-vos.html? A primeira coisa que o atinge é a dolorida consciência da luz, toda aquela luz!, da luz do sol no rosto - só na metade esquerda do rosto. Apertando os olhos ainda fechados vira a cabeça, raspando o rosto colado à almofada na direção oposta, e … Continue lendo Do Majestic ao Partenon
As muitas vidas dos muitos homens das muitas ruas ou Sutil desencaixe
Quando eu te encarei frente a frente e não vi o meu rosto Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto É que Narciso acha feio o que não é espelho E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho Pega uma revista Caras. Corre as páginas pelos … Continue lendo As muitas vidas dos muitos homens das muitas ruas ou Sutil desencaixe
Fragmentado
Dez dias de sequestro Uma vida de sequestro. A porta do carro subitamente aberta foi a mesma porta de ferro da vida que fechava, lá, lá fora - por fora. No mais, nada era real; os gritos, a coronhada, os empurrões, o barulho, aquele estalo no fundo - nada era real. Dez anos depois, … Continue lendo Fragmentado