SoturnoRepiso o chão que o diabo amassouChão que por tanto tempo chamei de larE enfim sei, agora que já se fez tardeQue a hora deveria ter vindoe veioE quem não apareceu fui eu
Categoria: Poesia
Ode ao Rei Verso
Se um verso, face aparente de um sonho qualquer, dissesse de mim mais do que o que eu sou, (Ou se dissesse de mim não mais que tudo que importa), Se ele me atravessasse as farsas, os impasses e os disfarces,Ele, a frente esquecida do verso de mim. Se um verso meu me pudesse sonhar … Continue lendo Ode ao Rei Verso
Toda a luz que resta
Dedicado ao Rui e à Isa Em memória do Tio Rui, e de todos os tantos outros Parcialmente inspirado em "One more light", da banda Linkin Park Em um céu de bilhões de estrelas, quem se importa se uma mais se apaga?Se já fraca, esta estrela pouco brilha? Se já velha, poucos em seu brilho … Continue lendo Toda a luz que resta
A lagarta e a náusea
[1]Há não muito tempo atrás, ainda numa outra vida, eu andava tranquilo pela rua, e estava sem máscara sem me sentir nu, e havia pessoas a conduzir suas vidas por ali; e lá ia eu, e de repente vi à minha frente uma lagarta - uma lagarta gorda, seus múltiplos passos a dar minúsculos passos, … Continue lendo A lagarta e a náusea
Condicional
Que acasos esparsos me ungissem os passos me aguardassem pelas curvas mais agudas da trilha Que me tingissem alvores, rubores, negrumes As gulas, ventos, doces tempos Toda a certidão, hesitação, patifaria Que houvesse descaso, esparramado docemente ao sabor das ventanias Que eu perdesse tudo, tudo tudo em que me reconheço, que só … Continue lendo Condicional
Não que eu possa
Não que eu possa ver Tecer uma verdade por nós dois Não que eu possa crer Que haja esperança pra depois Se a gente retomar Olhar uma vez mais Nos olhos do amor-pátria que um dia nos uniu Não quero escarnecer Mas que isso vá pra puta que o pariu Bom senso … Continue lendo Não que eu possa
Ode ao casal vão
Toda vida grita uma morte que lhe seja digna Que lhe escape aos acasos fixe os transtornos Encerre seus dias Toda vida grita uma morte que lhe seja digna Alheia ao ocaso dos deuses macabros Dos deuses otários, diabos, viados, Do deus só e macambúzio Que só amanhecia A vida grita uma morte que lhe … Continue lendo Ode ao casal vão
Por demos
Onde, quando estiver, onde? Nessas largas ruas, nessas parcas calçadas? No já não lembrar da terra soterrada? No poder mudar por já não querer nada? E se não? E se por outros, loucos, caminhos? Ou se não loucos, mas tão evidente, vergonhosamente outros? Óbvios, e supostamente nossos? E se pela ancestralidade? E se não cosmopolita? … Continue lendo Por demos
Rastro
Uma das coisas que mais me atrai na escrita é um certo estado de espírito que se cria, uma disposição que passa pelas coisas que chamamos de contemplação e calma, ainda que não me pareça ser exatamente isso. A linguagem, a relação com a linguagem tem um papel importante, de que já falei mais vezes … Continue lendo Rastro
O culpado (resistência)
Tenho tentado me manter ocupado. Tenho tentado matar o tempo, a ver se o tempo me mata. Tenho estado distraído em tribulações nebulosas, pensamentos confusos, fixações desgostosas. Tenho pensado em nós. Tenho lembrado de um tempo que acho que nunca foi. Tenho habitado ondas mornas de fotografias de você, Esperando que me veja, querendo estar … Continue lendo O culpado (resistência)