[nota: esse texto cruza com outro bem anterior a ele publicado também neste blog, chamado "T's some blues you got"] Black... boa pedida, senhor: o Black é um belo whisky. Mas sabe que eu, nos meus tempos de whisky, tomava Chivas? Gostava muito do Black também, mas o Chivas me parecia mais... como chamam mesmo? … Continue lendo T’s some blues you got II
Tag: ressentimento
O que te marca?
Olha pra mim, olha pra mim e diz do que te marca. Marcam-te as cruzes, As luzes De Natal e de shopping Ou os berros dos homens, Imagens de santo? Marcam-te os louros, Os ferros e os fogos, As mortes de idosos crianças nos morros, Marca-te a dor dos pobres que, Pobres, Sofrem sem … Continue lendo O que te marca?
O caminho a Teotônia
Eu havia jurado da última vez que nunca mais voltaria lá. Ela já havia mostrado antes os talentos, assombrosos talentos de que dispunha para me pegar desprevenido, desvendar um canto ainda inexplorado da pouca sensibilidade que eu imagino ter à disposição. Jurei que não voltaria e, até recentemente, estive conseguindo cumprir à risca minha … Continue lendo O caminho a Teotônia
Tomo em mãos o mais agudo cinzel
Dulcinéia, saiba, antes de mais nada, que escrever-te me dói mais que tudo. Desde o primeiro dia em que fomos felizes juntos, ou ainda antes: desde o primeiro dia em que fui feliz com a perspectiva de um dia sermos felizes juntos soube, como se sabe o azul do mar, que não viveria sem … Continue lendo Tomo em mãos o mais agudo cinzel
Praia do bom engano
Sem você o tempo é todo meu Posso até ver o futebol Ir ao museu, ou não Passo o domingo olhando o mar Ondas que vêm Ondas que vão Sem você é um silêncio tal Que ouço uma nuvem a vagar no céu Ou uma lágrima cair no chão Mas não tem nada não - … Continue lendo Praia do bom engano
Monte do bom engano
Parece que vai chover. Você adorava quando estávamos aqui e chovia, lembra? Ficava animada à espera do momento em que a chuva cessaria, quando poderíamos sentar na varanda e apreciar as cores, os sons, os cheiros. Acho que você sabia que eu não percebia muito do que a encantava, não sabia? … Continue lendo Monte do bom engano
O pequeno rei e o vulto no fundo do espelho
Ele senta, afundando-se na poltrona[1]. Com alguma grandiloquência repousa os braços ao longo dos braços da poltrona; parece agora um pequeno fantasiando-se rei, postado imperiosamente em seu trono. Volta o rosto levemente, lentamente, para um lado, os olhos fechados, estufando o peito com algum pesar. Ele sabe que ela não vem; sabe que ninguém … Continue lendo O pequeno rei e o vulto no fundo do espelho
Viela 4, casa 5 (fundos)
Ela se joga na cama, acabada; sente com desgosto que os lençóis ainda estão molhados da noite anterior. Franze levemente o cenho, suspirando profundamente. Ela está cansada; muito cansada. As costas dóem, os pés formigam; antes que se dê conta ela já está sentada na cama, as costas arqueadas, os braços jogados sobre … Continue lendo Viela 4, casa 5 (fundos)
Do Majestic, a queda
Sobre Alê e sobre Fábio, guarda compartilhada na ciranda com Dayane Rodrigues, Dayane do blog Palavras Bambas: http://palavrasbambas.blogspot.com/ O prédio. Finalmente, o prédio. Casinha. Água, banho, TV, comer alguma coisa. Tá, é isso. Tudo certo. Nada de mais. Vai passar. O prédio salta estranhamente aos seus olhos a cada passo que ele … Continue lendo Do Majestic, a queda
o Deus triste das feias freiras
Chove. Chove e a vida tempo louco eu; eu. * * * ... chances as teve, muitas, várias, e a cada curva o novo se lhe afigurava velho Os traços nos rostos das pessoas eram rugas As marcas no asfalto era desgaste As flores eram o prenúncio da morte A brisa era frio e fome … Continue lendo o Deus triste das feias freiras


