Alzheimer (desterrados da graça)

Tinha sido uma besteira, uma irrelevância qualquer – fazia tão pouco tempo e já nem lembrava o que tinha sido. Mas eram tantas irrelevâncias, e eles iam e vinham tão atrozes, que aquela em específico lhe pareceu de súbito insuportável. Porque ele se deu conta de que morria gente demais. É uma conclusão estúpida, e … Continue lendo Alzheimer (desterrados da graça)

À porta

Quando ele enfim nunca mais voltou eu pude, por um tempo, descansar. Pude olhar ao redor, pude olhar a mim mesma, pude ter medo, e então raiva, e enfim nojo - primeiro de mim mesma, mas depois, brevemente, dele. Contemplei, curiosa, a presença tão nítida dele em meus pensamentos. O nojo dele era uma presença … Continue lendo À porta

Feed me

É claro que, vindo de onde vinha, ele tinha de fazer eventualmente uma ou outra colocação provocativa. Ninguém veria com bons olhos um midiático egresso da militância que não lançasse olhares ferinos, que não apontasse o dedo e desfiasse discursos tão astutos quanto venenosos. Era esperado dele – era isso que fazia ele vender, e … Continue lendo Feed me

da queda

Este texto faz parte de uma ciranda literária com a Day Rodrigues, do blog Totens íntimos:  Para acompanhar essa narrativa desde o começo siga esses links aqui, ó: 1) Abrir-se-vos-á 2) Do Majestic ao Paternon 3) Paternon 4) Do Majestic a queda 5) Sem pares 6) Coro Intervém ou Mensagens de Força 7) do levante Além disso, se quiser acompanhar melhor … Continue lendo da queda

10 movimentos para tentar pensar, e uma pirueta no final porque eu não me aguento

1. Anti-pt, anti-corinthians, anti-judeu, nada disso tem o estatuto de posicionamento ativo: são mais propriamente tampões de ressentimento social, que situacionalmente adquirem o papel de cheques em branco. 2. É possível ser anti-pt de forma construtiva, obviamente, mas isso depende da assunção clara de um projeto de oposição e da articulação de postura e projeto … Continue lendo 10 movimentos para tentar pensar, e uma pirueta no final porque eu não me aguento