Seremos, eu e tu, fumaça. Sabes, e é do tempo que seja quando for, quando será;
que sejam nosso destino e acaso, de hoje em diante, magnânima entrega: entreguemos nome e idade e gravata e chapéu ao sabor do vento,
ao corroer do tempo,
ao explodir das bombas,
ao rugir das ordens,
ao correr dos homens,
ao bater dos homens
a bater nos homens
a fazer justiça
ao sabor do sangue
a escorrer no rosto:
ao clamor do tempo.
Somos tanto, e tão pouco!
Chegamos tão longe, e ao mesmo tempo estamos
ali,
ao lado de onde nascemos
– e em um virar de rosto contemplamos,
logo ali,
onde morreremos em segundos.
É tudo tão pouco, e tanto, e tudo tão nada.
Que faremos de nós, se conseguirmos não ser nada?
Ah!, seremos tanto!
Dá-me a mão,
então,
amor,
sejamos nada,
aqui,
agora,
e nunca,
e sempre.
Ótimo. Gostei.
Olá! Gostei muito! Também fiz um poema com o título “Combustão “.
Obrigado, Ana!