Em "Submissão", publicado no Brasil em 2015 pela Alfaguara, o romancista francês Michel Houellebecq retrata uma França em transição: transição do modelo democrático secular para o modelo islâmico (teocrático, ao que tudo indica). A contrário de nossas intuições mais rápidas (e preconceituosas), a transição não é fruto de uma tomada violenta de poder ou de … Continue lendo Submissão
Autor: Wilson
A imperatriz e o Merthiolate
Lembro que, quando era moleque, Merthiolate ardia pra burro. Se você caía e ralava o joelho tinha logo dois motivos pra chorar: a dor do ralado e a dor antecipada do Merthiolate, que estava destinado a arder em você em virtude do ralado. Nunca vi graça nenhuma no ardor do Merthiolate, mas hoje penso que … Continue lendo A imperatriz e o Merthiolate
Convite
Amigxs leitores, este post é um convite. 5 anos depois do "Gente só", o errâncias viaja ao mundo impresso uma vez mais e nasce "Expressões do indizível", minha segunda coletânea de textos curtos de literatura. Quem acompanha o blog já conhece os textos, que foram todos publicados aqui antes. Mas para a ocasião, claro, eles … Continue lendo Convite
Os tempos e os modos da violência à brasileira
Estou até as tampas com suas teorias, seus poemas e partidos revolucionários. Por aqui a palavra Direito não se fez por inteiro. Vagner Souza, “Sofrimento de Fátima” Certa vez discutia com Vagner Souza, um educador, poeta e amigo, sobre a violência de Estado no Brasil e sobre o impacto dos acontecimentos políticos recentes nesse … Continue lendo Os tempos e os modos da violência à brasileira
Alice na trincheira
Este não é um texto de ficção, é apenas o relato de um acontecimento fantástico. Recebi, entre junho e agosto do ano passado, as cartas que abaixo torno públicas. Não sei por que as recebi, nem quem as enviou; investiguei a possibilidade de se tratar de um erro dos correios, ou material publicitário insólito, … Continue lendo Alice na trincheira
A psicanálise e sua excepcionalidade intrínseca
Hugo Veigelsberg, um poeta húngaro que publicava sob o nome Ignotus (“desconhecido” em latim), pede a Freud em 1916 que escreva um artigo para a revista literária Nyugat (“Oeste” ou “Ocidente” em húngaro), dirigida por ele e passando por dificuldades no período em função da Guerra. O texto submetido por Freud foi publicado no … Continue lendo A psicanálise e sua excepcionalidade intrínseca
Eu disse abrigo?
Se eu sigo sigo sigo, a buscar, em desabrigo, se eu encontrar o que persigo, que não tem nome, meu castigo será decerto não reconhecê-lo, vê-lo estranho a me desvencilhar de mim. Até que um dia, claro: até que um dia se me ofereça a clara visão dele, ou de outro como ele, a acenar … Continue lendo Eu disse abrigo?
Pista de pouso sem número, área rural
Eu que não tenho. Que não teria. Eu, e as ideias que se me ocorrem, e que em geral são muitas. Eu, que vivo e penso em meio a textos não escritos, quando me proponho a escrever escrevo, em geral, sobre nada. Eu, que me encanto pela vida dos "cá dentros", atento sempre à falácia … Continue lendo Pista de pouso sem número, área rural
Autopsicografia (versão plágio)
Caminhando às pressas em meio a projetos inacabados, em meio a escombros e vielas, caminhando às pressas encontro ele, tanto eu como ele portanto estupefatos a mesma surpresa de sempre. Ele em geral não tem nome; às vezes acontece de ter – pode se chamar Rodrigo, como certa vez me disseram que eu mesmo poderia … Continue lendo Autopsicografia (versão plágio)
Ancestralidade
Vejo gente criando problemas Pra competir quem sofre mais, porra, são covardes Olhe pras sua nega véia e entenda Que num é em blog de hippie boy Que se aprende sobre ancestralidade ‘Bença’, Djonga Há um nexo problemático na discussão da ancestralidade, que diz respeito à sua função de elucidação de uma suposta … Continue lendo Ancestralidade