Ela, ali – Bilidim, problema social. Vira de lado diante do espelho, dá uma estudada no formato da barriga, mas não: ainda não dá pra notar nada. Mas o moleque tá lá. O moleque tá lá dentro, mano! Ali dentro da barriga dela - não dá nem pra ver, mas ele tá ali, bonitinho. Bonitão … Continue lendo Bilidim
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O massacre dos inocentes
Chegou ali na vitrine e já reparou, a dona Dita, que o Moleque tava ali junto com os de sempre no farol. De cara deu meio que um aperto, assim meio que no peito, de ver o Moleque ali – devia de ter o quê?, uns cinco, seis anos... isso não era idade de menino … Continue lendo O massacre dos inocentes
As botas (e Lino)
As botas cruzadas sobre o banquinho não se ocupavam da réstia de sol a escorregar para fora do alpendre, não. Com o que podiam da atenção, ao sabor da leseira que arrasta o fim de um dia abafado, miravam, sim, o mar de zinco morro abaixo, rebrilhando ao sol como mil peixes esperneando numa tarrafa … Continue lendo As botas (e Lino)
Menino (parte 1 de Jardim Matilha)
1. O seu Agenor criou coragem e afundou-se no Fundão, a Cabrita como estrela-guia e a foice como apoio – foi assim que tudo começou. As gentes do Jardim Matilha encresparam-se, depois da burrada do Ditinho, com a vastidão de espaço perdida ao Fundão, ali por onde corria o Rio Bonito, há tempos já perdido … Continue lendo Menino (parte 1 de Jardim Matilha)
Teotônio fala a Bruta na cadeia
Tinha quase dezesseis anos feitos quando abri mão de tudo que tinha a perder de meus pais. Estava fartamente servido do que o ensino comprado tinha a me oferecer, e ansiava pela fome de mundo que só as estradas de terra poderiam me oferecer. Por cinco dias amarguei o arrependimento, a grandeza de meu gesto … Continue lendo Teotônio fala a Bruta na cadeia