Teríamos flores
[e festa
como se o tempo fosse todo e todo nosso;
como se a gente fosse tudo, sem falta, destroço, remorso
E seríamos muitos, e felizes.
E eles não poderiam mexer com a gente.
Ah, não.
E se mexessem eles nem existiriam mais;
como bolas de sabão eles seriam,
eles, os de fora,
explodindo assim que encostassem, assim que perdessem a graça,
ou começassem a refletir a gente de uma forma estranha.
(As bolas de sabão nunca refletem nosso rosto por mais tempo do que o necessário
porque decerto perderia a graça e seria bizonho)
…como o peixe amarelo do fundo do espelho, que começa a guerra (BORGES, ontem, p. aquela)
Mas não. Somos um
e somos nós
e somos um nó, coeso,
indiviso,
pleno
inteiro
sem falhas
Porque a revolução deu certo
e chegou o fim.
O fim da história.
Não era isso que queríamos?
Não é?