“Devagar e sempre”. “Frustrante”, “adiante”, “sem retorno”. Ele corre. Cansado, frustrado, estrada afora, adiante, sem retorno. Corre como pode, tropeçando, forçando-se, esbaforido, ridículo de si a si. Olha as árvores passando ao seu lado, ficando para trás – queria, precisava que elas passassem mais rápido. Precisa chegar logo. Não aguenta essa suspensão, esse excesso, esse … Continue lendo Oceano
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Domingo no parque
e ficamos ali, como que esquecidos à margem do tempo. Vinha gente de todo canto, passavam por nós com saquinhos de pipoca, espetos de algodão doce, copos de refrigerante imensos imensos, e eu abraçado a ela contemplava aquilo tudo como se fossem os elefantes surrealistas do dalí, e como se estando ali à sombra da … Continue lendo Domingo no parque
Às margens do tempo
Pequenos ou grandes, velozes ou vagarosos, ocupados por taciturnos ternos ou preocupados velhinhos, eles passavam, e passavam, e passavam - carros, ônibus, caminhões; em algum lugar próximo a ele um trem passava, ruidoso. A hostilidade do alarido urbano e uma espécie de claridade excessiva estavam-no deixando zonzo. Ele olhava. Parado na calçada, o corpo … Continue lendo Às margens do tempo
Infinito
Calmamente o velho tece o Infinito. Ocupa o centro, sentado diante do fuso. Amplas colunas erguem-se paralelas - quatro delas emolduram o velho em seu ofício, os pares de colunas se seguindo a perder de vista de ambos os lados. Não se vêem as paredes laterais do salão - colunas e paredes se encontram no horizonte. … Continue lendo Infinito