Se eu sigo sigo sigo, a buscar, em desabrigo, se eu encontrar o que persigo, que não tem nome, meu castigo será decerto não reconhecê-lo, vê-lo estranho a me desvencilhar de mim.
Até que um dia, claro: até que um dia se me ofereça a clara visão dele, ou de outro como ele, a acenar para mim.
A me acenar para mim.
No dia em que estarei a caminho, uma vez mais, sabido daquilo que sei me faltar e/ou me preencher. E a partir dali eu me vejo, já, sei quem sou eu ali: eu sigo sigo sigo,
até que eventualmente eu tropece em algo, pedra poda falta sobra, tropece enfim em algo mais que o tudo tanto que usualmente ex-buraca em mim.
Belo dia, esse em que eu caio – caio estático, ex-tático, soterrado em tatos e fluxos e matizes de algo além de mim.
Mas eu levanta. Sempre eu levanta, me olha de fora, me aponta as pontas, me apura as faltas, me põe a caminho, me põe em desabrigo, e me põe ali, re-des-encontrado, para que eu uma vez mais, reencontrado e agradecido, para que eu sigo sigo sigo, acho que um dia eu consigo, encontro o que persigo, ou eventualmente encontro o fim.